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CINOFOLIA: Do latim Cino-cão, Filia-afinidade. É o termo que indica o gosto por cães 

Os cães acompanham os homens desde os tempos mais remotos. Há registro, nas cavernas, da associação para trabalho mútuo dos nossos ancestrais com os lobos. A utilização de cães, como auxiliares de trabalho, começou com os caçadores ingleses e criadores de cavalos no final do século XVIII quando começaram a utilizar os foxhounds e os beagles nas caçadas imperiais. 

    




        Histórico do Emprego dos Cães de Guerra


Cães de guerra são relatados entre os egípcios, os sumérios e nos exércitos de Ciro e Alexandre Magno. Os romanos utilizavam cães em suas legiões, cobertos de couro e portando fogo em recipientes de bronze para incendiar acampamentos inimigos.
No século XIV, cães eram forçados a engolir tubos de metal que continham mensagens e informações, pois só os animais tinham livre trânsito entre fronteiras. Ao chegarem em seus destinos, eram sacrificados e assim recuperava-se a mensagem. No século XVI, na guerra franco-britânica, Henrique VIII utilizou-se de mais de 500 cães contra Carlos V da França. Os conquistadores também usaram cães no aniquilamento dos impérios inca e asteca. Os índios dos Estados Unidos da América (EUA) aproveitavam seus cães como sentinelas em seus acampamentos, na captura de invasores e como fonte de alimento.

Soldado Francês com seu Border Collie, fiel escudeiro
      Primeira Guerra Mundial

Na 1ª Guerra Mundial foram utilizados 400.000 Pastores Alemães. A Alemanha os incorporava desde 1883 possuindo cerca de 6.000 no início da guerra ( em clara vantagem contra os cerca de 205 cães sanitários da França), para levar mensagens apoio aos médicos e ações de sabotagem nas trincheiras, transporte de feridos, munições, armas e suprimentos. Realmente o cachorro foi um dos itens mais importantes dos front´s de batalha.


Segunda Guerra Mundial
Um alto oficial com seu cão e a dir. pelotão no centro K9
Na 2ª Guerra Mundial a Alemanha tinha 200.000 cães. Por não os possuírem, os EUA desenvolveram centros especiais de treinamento militar denominados K9 e treinaram cerca de 15.000 cães que participaram de batalhas na Europa e até na África. Os campos de concentração eram fechados por cercas elétricas e fortemente vigiados por guardas e cães. As Forças Armadas Americanas classificaram como (heróis anônimos) os 281 cães mortos na Guerra do Vietnã. Naquele conflito, como muitas mensagens eram interceptadas, o cão da raça Yorkshire levava bilhetes e ordens por túneis que só ele passava. Depois disso teve início o uso de "cães de ligação" que, além de transportar uma mensagem na sua coleira, ainda levavam um pombo-correio no colete destinado à resposta.

Cães utilizados como bombas em campos de batalha

Cão bomba das tropas Russas indo ao encontro de tanque Alemão
Na primeira e segunda guerra mundial, Russos utilizavam cães para deter o avanço dos blindados alemães, os animais eram equipados com explosivos em coletes, por se tratar de animais pequenos e extremamente ágeis, facilmente chegavam ao ventre dos tanques onde os dispositivos eram detonados. No colete dos cães um dispositivo bem simples, uma aste de madeira , acionava o explosivo detonando logo em seguida, danificando o blindado impossibilitando de continuar. Esta maldade era feita graças ao deixarem os cães varios dias com fome, somente alimentados sob os blindados em dias de treinamento, no campo de batalha eles eram soltos, em sua mente imaginavam que teriam comida ao entrarem la mas o desfecho era um cão bomba, morto com fome. Esta técnica foi abandonada pois depois de verem que os cães também destruiam os tanques aliados, pois os mesmos não diferenciavam os blindados. Comandantes alemães comandaram suas tropas a atirarem em qualquer cão no campo, os tanques posteriormente foram equipados com lança chamas para evitar o ataque dos cães bomba.
Pastor Alemão com suprimentos, munição e mensagens
Atualmente, o Exército tem 500 deles, muitos no Iraque onde mais de 130 mil soldados são ajudados por cães conhecidos como MWD (Military Working Dog), treinados para detectar explosivos.
Na segunda guerra mundial a União Soviética utilizou 40.000 cães suicidas, armados com bombas para conter o avanço das divisões Panzer alemãs. Ainda naquele grande conflito, os Pastores Alemães, na Itália, se destacaram como cães pára-quedistas.
Soldado dormindo com seu vigia sempre alerta

Soldado na guerra do Vietnã com seu pastor 



Tropa com cães na guerra do Vietnã 1969

Soldado Americano Vietnã com seu Doberman

Vantagem da utilização de Cães em Ações Táticas

  • Poupa a vida do soldado
  • Impacto psicológico no adversário
  • Pequena silhueta do cão, facilidade de manobras e acessos
  • Rapidez no deslocamento (2 seg = 10 m);
  • O gás lacrimogêneo não afeta o cão, somente gazes mais letais como o Sarin

Hoje os cães são utilizados para inumeras funções incluindo, resgate, salvamento, campanhas de buscas, rastreamento de drogas em bases e aeroportos, ações táticas militares de várias forças, utilização como animais condutores de deficientes visuais, etc. Os cães tem grande facilidade de locomoção, facil adaptação, baixo custo de treinamento, fácil acomodação, tratamento de doenças reduzido devido ao seu grande indice de imunidade e recuperação e o melhor, não pede nada mais nada menos que apenas um brinquedo, isso mesmo os cães são recompensados com brincadeiras, tudo ele entende que terá a sua recompensa depois do ato, portanto faz com tanto vigor devido ao seu tão importante prêmio, uma rápida brincadeira. As forças militares brasileiras hoje utilizam os cães para combater o crime, localizar drogas e também no resgate de pessoas soterradas. O corpo de Bombeiros ja possui unidades caninas especializadas em localizar soterrados, a unidade do Canil da Polícia Militar possui cães das mais varidas especialidades; desde encontrar drogas até patrulamento. O cachorro sempre será uma ferramenta indispensável para o serviço e a guerra.
Canil da Polícia Militar em Bauru
Equipe de busca e salvamento de soterrados


O futuro da guerra animal



 Barack Obama foi para Fort Campbell, Kentucky, para uma reunião muito particular com a equipe de comando que matou Osama bin Laden, apenas um dos 81 membros da super-secreta unidade DEVGRU SEAL foi identificado pelo nome: Cairo, o cão de guerra. Cairo, como a maioria dos membros caninos da elite SEALs da Marinha dos EUA, é um Malinois belga. A raça Malinois é semelhante ao pastores alemães, mas menores e mais compactos, com peso na faixa de 30 kilos.


Como os seus homólogos humanos, os cães dos SEAL são altamente treinados, qualificados, motivados, capazes de realizar missões militares extraordinárias por mar, ar e terra (daí o acrônimo).

Os cães realizam uma ampla gama de tarefas especializadas para as equipes militares a que estão ligados. Com o sentido do olfato 40 vezes maior que um ser humano, os cães são treinados para detectar e identificar tanto material explosivo e os seres humanos hostis.
Os cães são duas vezes mais rápidos que um ser humano.

Os cães, equipados com câmeras de vídeo, entram nas zonas de perigo em primeiro lugar, permitindo que seus manipuladores vejam o que vem pela frente, antes que os humanos os sigam.

Como mencionei antes, os cães são treinados para saltos com pára-quedistas, saltando em conjunto com seus assessores.

Pastor Belga com equipamento de salto a

Ano passado, o instrutor Mike Forsythe e seu cachorro Cara estabeleceram o recorde mundial para a implantação de pára-quedas mais alto homem-cão, saltando de mais de 30.100 pés, acima da altitude dos jatos de passageiros transoceânica. Ambos, Forsythe e Cara, usaram máscaras de oxigênio e protetores da pele para o salto. E como o SEALs humano, Cairo estava usando uma armadura super- forte, flexível e equipado com equipamentos de alta tecnologia, que incluiu “Doggles” (equipamento que permitiria o cão ter visão noturna e capacidade de infravermelho), que permitiria a Cairo para ver as formas de calor humano através de paredes de concreto.

Jim Slater foi um treinador canino na Polícia Winnipeg e construiu uma jaqueta de Kevlar de proteção para seu próprio cão, Olaf, em meados da década de 1990. Logo Slater estava fazendo armadura para cães militares canadenses e em breve para todo o mundo.
O colete Tempestade padrão K9 também tem um sistema de arnês de suporte de carga que o torna ideal para rapel e pára-quedismo.
E depois há os coletes especiais, que fez a Tempestade K9 especialmente atraente para os SEALs da Marinha dos EUA, que comprou quatro K9 Tempestade Inc.’s Intruder top-end “canina ternos de assalto tático” no ano passado por 86.000 dólares.

Você pode ter certeza Cairo estava usando um daqueles quatro naipes, quando ele saltou para o covil de Bin Laden.
Aqui está uma explicação de todos os recursos Tempestade K9 Intruder especial:

Assim como os SEALS da Marinha e outras forças especiais de elite são a ponta afiada da máquina militar norte-americana, assim também são os seus cães, no topo de uma hierarquia militar canina.
Ao todo, os militares dos EUA tem atualmente cerca de 2.800 cães na ativa em todo o mundo, com cerca de 600 no Afeganistão e no Iraque.
A ética no envio de cães para a guerra é ponto discutível. Se é ético enviar seres humanos para o combate, então por que não os cães? Pelo menos, hoje, os EUA agora tratam cães de guerra como membros com pleno direito dos militares.
Um verdadeiro soldado com quatro patas pronto para dar a vida pelo seu companheiro.

Dados extraídos de sites relacionados
Foto do Canil Bauru cedida pelo soldado Gabriel Lima (acervo pessoal)
Ilustração principal extraída e editada da revista Mundo Estranho Outubro 2011

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